Lendo hoje meus feeds no Google Reader, encontrei um texto comparativo sobre Carros e Notebooks, que achei interessante, e que expressa exatamente a minha opinião, então segue abaixo o texto na íntegra:

“Há algumas semelhanças entre a compra de um notebook novo e um carro novo.



Assim como não há um carro ideal, não há um notebook ideal. Tanto o carro como o notebook dependem das necessidades e das disponibilidades do comprador. E tanto em um caso como em outro, não há mágicas: a qualidade do produto é proporcional ao preço.

Os carros mais vendidos no Brasil são Gol, Palio, Celta e semelhantes; são os mais vendidos não porque sejam os carros dos sonhos dos compradores, mas sim porque são os que mais se ajustam aos orçamentos. Da mesma forma, os notebooks mais vendidos no Brasil são de marcas como CCE (que recentemente anunciou ter atingido a marca de um milhão de notebooks vendidos), Positivo, Semp Toshiba e outras, que não primam pela qualidade, e sim pelo preço mais acessível.



Por motivos diversos, pessoas compram carros que claramente vão além das necessidades práticas, como Audis, Mercedes ou até mesmo Ferraris. Da mesma forma, há pessoas que compram notebooks que claramente serão subutilizados; seria como comprar um notebook com Core 2 Quad, 4 GB RAM, tripla placa gráfica para jogar Paciência; ou, em vez de uma Ferrari, comprar um notebook de um milhão de dólares.

E entre esses extremos, há aqueles que fazem um esforço para comprar um carro de boa qualidade a preço justo. Há uma enorme variedade de marcas e modelos de carros, variando desde o modelo pouco acima do básico (um Siena, um Astra, um Fiesta) até aquele que se aproxima do luxo (um Corolla, ou um Civic); consumidores levam em conta aparência, potência, consumo, segurança, ano de fabricação e diversos outros fatores para determinar o carro que mais lhe convém. De forma análoga, há notebooks desde o pouco acima do básico (digamos, um HP com Celeron) até o que se aproxima do luxo (como um Sony Vaio ou mesmo um MacBook); aqui, compradores avaliam aparência, desempenho, dimensões, escalabilidade, ano de lançamento e outros fatores.

O sujeito compra um Fiat Uno e pode ficar muito satisfeito, já que o Uno é melhor que andar de ônibus; mas o comprador sabe de antemão que terá pouca aceleração nas ultrapassagens, vai gastar com manutenção, vai ter atendimento sofrível da concessionária. O sujeito que compra um Civic paga um preço mais alto, mas sabe que dirigirá um carro mais rápido e seguro, que precisará de menos manutenção – e quando essa for necessária, terá um atendimento de qualidade na concessionária.

De maneira análoga, quem compra um notebook de marca desconhecida por R$ 999 deve ter consciência que a máquina é feita com componentes mais baratos (e portanto dará problemas mais cedo), será mais lenta, terá menos autonomia, e, quando necessária, a assistência técnica será sofrível.

Isso não significa que não possa haver tanto um comprador de notebooks CCE que esteja plenamente satisfeito com seu notebook como um dono de Macbook que esteja insatisfeito (da mesma forma que há felizes donos de Uno Mille e decepcionados proprietários de Mercedes).

O que com toda certeza não existe é um carro com as qualidades de um Mercedes que tenha o preço de um Uno Mille.”

Fonte: Notebook Blog