Prezados leitores,

Hoje vamos falar sobre dois assuntos que estão bastante na “moda”, que é Open Data (Dados abertos) e Smart Cities (Cidades Inteligentes). Tenho lido bastante sobre esses assuntos nos últimos tempos e tenho visto algumas coisas que sinceramente não tem me agradado muito aqui no Brasil.

O primeiro ponto, é que tenho visto algumas cidades (prefeituras) implantarem acesso Wi-fi gratuito a população e após isso se auto intitularem Smart City, o que eu discordo totalmente. O conceito de Smart City é muito mais amplo que apenas disponibilizar Wi-fi a população.

Eu acredito que não tem como se tornar uma Smart City sem a implantação de Open Data. E vou além, sem que a população seja envolvida de uma forma que a própria veja a importância e o retorno que esses dados abertos trazem a ela própria.

Um modelo que vejo como referência tanto em Smart City como em Open Data é Nova Iorque. Lá, tudo começou a muitos anos atrás:

Como podem ver na imagem acima Nova Iorque já tem a cultura de disponibilizar dados desde 1974, porém em 2012 foi criada uma lei que diz que em Nova Iorque é obrigatório a disponibilização de dados abertos! Aqui no Brasil, eu não vejo outro caminho para que isso possa se tornar uma realidade. Eu sei que já temos o decreto da INDE, que é um grande avanço para disponibilização de dados, principalmente quando falamos em dados geoespaciais, porém, eu gostaria de ver algo mais enérgico, com prazos determinados para implantação, mesmo que esses prazos para as agencias governamentais sejam mais amplos (10 anos por exemplo, na esfera Municipal).

Outro ponto que vejo em Nova Iorque, é que eles tem um departamento full time trabalhando para que a implementação e a implantação dos dados abertos funcionem, e acho que precisamos disso também aqui no Brasil, talvez algo ligado ao IBGE, mas que pense 24h em dados abertos, e que possa dar suporte a todas as instâncias do governo (Federal, Estadual e Municipal).

E por último e não menos importante, para dar certo é essencial que haja engajamento com a população, ou seja, inserir a população nesse cenário, criando aplicativos para que o próprio cidadão possa inserir informação, indicar quando uma informação estiver errada, e principalmente usufruir do resultados dessas informações processadas através de aplicativos que serão desenvolvidos e que irão melhor a vida do cidadão.

Gostaria deixar claro que tudo que escrevi acima, é a minha opinião, e se você tiver uma visão diferente, fique a vontade de deixar seu comentário para que possamos conversar e trocar uma ideia.

Vou deixar alguns links sobre a questão do Open Data em Nova Iorque, para aqueles que tenham interesse no assunto:

GovTech – How New York City Tells the Story of its Open Data Work

Harvard Datasmart – New York City Open Data a Brief History

Amny – Open data is changing how New York City Government Work